Um homem foi preso ao tentar usar um documento de um garoto que está desaparecido há mais de 30 anos. Após uma investigação ele foi detido em flagrante pela Polícia Civil da cidade de Selvíria.
Conforme a polícia, no último dia 23 de agosto, o suspeito foi até a delegacia para fazer um documento de identidade e se identificou já usando o nome falso, sendo o de Marco Aurélio Bezerra.
O atendimento foi feito normalmente, com apresentação de foto atual pelo indivíduo e coleta de impressões digitais. No dia 13 de setembro de 2023, o indivíduo “Marco Aurélio” ligou na Delegacia para saber se o RG tinha chegado, e ao acessar o sistema IDNET Civil para verificar, o perito papiloscopista viu que o mesmo não tinha sido emitido e continha uma observação.
Ao falar com o setor responsável, o profissional foi informado que o indivíduo já tinha um RG no estado de Mato Grosso do Sul, mas com outro nome.
Após isto, o perito buscou o nome apresentado pelo suspeito na internet e verificou que a pessoa em questão, Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon é de uma criança desaparecida em 1985, do famoso caso do “escoteiro desaparecido há 38 anos”.
Nesta manhã de segunda-feira (18), quando o suspeito foi buscar o documento, foi interrogado e confessou ter solicitado o documento falso. Ele alegou cometer o crime pelo fato de não querer usar mais o nome do pai.
O suspeito foi preso e flagrante e pode pegar uma pena de até cinco anos de reclusão.
Caso menino desaparecido
O Caso Marco Aurélio refere-se ao desaparecimento do garoto escoteiro Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon (São Paulo, 16 de janeiro de 1970), durante uma excursão ao Pico dos Marins, no município de Piquete, em São Paulo, em 8 de junho de 1985. Para tentar encontrar o garoto, foi posicionada uma das maiores equipes de buscas do Brasil.
Entenda como tudo aconteceu
A atuação de um perito papiloscopista foi essencial para que a Polícia Civil de MS indiciasse uma pessoa por falsidade ideológica, em Selvíria, região leste do Estado. Marco Aurélio Sinon estava usando o nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon (foto), um menino desaparecido há 38 anos em São Paulo, cujo caso nunca foi esclarecido. A ação da perícia papiloscópica de MS pode estar contribuindo também para a elucidação do desaparecimento, pois as buscas pelo corpo do escoteiro foram reiniciadas no estado vizinho
Na época, o menino era escoteiro e seu desaparecimento mobilizou São Paulo e o caso teve repercussão nacional. Ele tinha 15 anos, em 1985, e desapareceu no Pico dos Marins, no município Piquete-SP. Depois da notícia da fraude na divisa de MS, a polícia paulista reabriu o caso para ver se consegue desvendar o mistério. Foi divulgada nesta segunda-feira (18), inclusive, que as buscas pelo escoteiro foram retomadas, após 38 anos. Segundo a polícia, o motivo seria que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco pode estar enterrado no Pico dos Marins. As buscas devem durar cinco dias.
O caso – O homem compareceu na delegacia em Selvíria, no dia 23 de agosto, para fazer o documento de identidade com o perito papiloscopista. Ele se identificou com o nome da criança desaparecida, inclusive apresentou uma certidão de nascimento original no nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, expedida pelo cartório de Santa Fé do Sul (SP), e foi verificada autenticidade pelo selo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.
No dia, o atendimento foi feito normal com foto do rapaz e coleta de impressões digitais. Na quarta-feira (13), o indivíduo ligou na delegacia para saber se o RG havia ficado pronto, ms a perícia papiloscópica já estava em ação. O perito encaminhou o caso para o Núcleo de Pesquisa e Comparação (VQA), que constatou que a pessoa já tinha um RG registrado em MS com outro nome.
O perito então buscou pleo nome que consta na certidão de nascimento e constatou que era de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, uma criança desaparecida em 1985, cujo caso ficou famoso nacionalmente. No dia 18 de setembro, o homem foi até a delegacia de Selvíria buscar o documento e após ser confrontado, confessou que estava mentindo e alegou que o motivo de ter solicitado a RG se passando por Marco Aurélio era que não queria usar mais o nome do seu genitor.
(*) Matéria reeditada para acréscimo de informações