02/12/2005 16h11 – Atualizado em 02/12/2005 16h11
O Dia
Segundo investigação da polícia, um casal liderou o ataque da última terça-feira ao ônibus 350 (linha Passeio-Irajá), na Penha, Rio de Janeiro – que resultou na morte de cinco passageiros carbonizados, entre eles a menina Vitória, de um ano e dois meses. Os chefes seriam Lorde e Brena, de acordo com Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que já identificou ao todo nove participantes do crime. Quatro deles foram encontrados mortos a tiros, na madrugada de ontem, dentro do Meriva LTN 0402, a poucos metros de onde o ônibus foi incendiado. Os corpos de Bruno Monteiro Falcão, o Bruninho 157, 18 anos; Fabiano Henrique de Brito Silva, o Binho, 25; e outros dois bandidos identificados como Boneco e Vinícius foram reconhecidos por vítimas do incêndio. Eram eles os quatro mortos no Meriva. Testemunhas viram Bruninho 157 jogando combustível no interior do ônibus, enquanto Boneco agredia o motorista. Ainda de acordo com o relato de sobreviventes, durante o ataque Binho gritava, impondo o terror entre os passageiros. Lorde e Brena davam ordens aos demais integrantes do bando, entre eles Gabriel Amaral Tavora, o Gabrielzinho, 18 anos – que é procurado. O casal é descrito em ligações ao Disque-Denúncia (2253-1177) como cruel e violento. Brena ¿ uma negra alta, vestida com minissaia ¿ teria entrado no veículo junto com Bruninho 157 e ajudado a atear fogo. Chefe do tráfico de drogas no Morro da Fé, na Vila da Penha, Lorde é citado em 14 informes ao serviço Disque-Denúncia como o responsável pelas ordens de ataque ao ônibus 350. As ligações afirmam que Lorde contou com o auxílio de Brena e algumas de suas amigas. Testemunhas viram quatro garotas fazendo sinal para que o ônibus parasse. Duas versões para mortes de bandidos Duas versões são investigadas para as mortes dos quatro bandidos. Uma delas dá conta de que as execuções teriam sido determinadas por líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), presos em Bangu 1. A outra hipótese analisada pela Secretaria de Segurança do Rio indica que o crime seria de autoria de um grupo de extermínio da Zona Norte, formado por policiais e ex-policiais que atuam na área do Conjunto Quitungo, também na Vila da Penha. O grupo se denomina “Galáticos” e diz que é formado por justiceiros.