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quinta-feira, 28 de março de 2024

PF faz buscas no apartamento de ex-procurador da República Marcello Miller

11/09/2017 08h55

Agentes chegaram ao prédio de Miller, na Zona Sul do Rio, às 6h desta segunda (11). Polícia também cumpre mandados nas casas de Joesley Batista e outros dois delatores da JBS.

Da redação

Agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem, na manhã desta segunda-feira (11), cinco mandados de busca e apreensão nas casas do ex-procurador Marcello Miller, no Rio de Janeiro, do empresário Joesley Batista e do executivo da JBS Ricardo Saud, em São Paulo, e na casa de Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, também em São Paulo. Joesley e Saud foram presos neste domingo (10) após determinação judicial.

Policiais e agentes do MPF chegaram à casa de Miller, na Lagoa, Zona Sul do Rio, às 6h e saíram por volta das 7h50, carregando uma bolsa e uma mochila. Eles procuravam por documentos que provem a ligação entre o ex-procurador e os delatores da JBS.

Na última sexta-feira (8), o ex-procurador prestou depoimento por 10h na sede da PF no Rio. Enquanto ocorria o depoimento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à Justiça que decretasse a prisão de Miller, assim como de Saud e Joesley. Segundo Janot, há indícios de que o ex-procurador cometeu crimes de organização criminosa, obstrução das investigações e exploração de prestígio.

A operação, batizada como “Bocca”, foi inspirada em uma escultura italiana chamada “Bocca della Verità”, que lembra uma espécie de “detector de mentiras”. Acredita-se que se alguém colocar a mão na boca da escultura e estiver mentindo, a boca morde a mão do mentiroso.

O pedido de prisão contra o ex-procurador Marcello Miller foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O nome de Marcelo Miller aparece em áudios das conversas entre o empresário Joesley Batista e Ricardo Saud.

Em São Paulo, cinco a sete equipes deixaram a sede da PF ainda na madrugada para cumprir mandados de busca e apreensão. A procuradora da República Janice Ascari, que trabalha diretamente com Janot, participa da operação.

Em nota, a defesa de Marcello Miller disse que “repudia veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e reitera que jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei”.

O advogado de Joesley e Saud, Pierpaolo Bottini, disse que encarou com naturalidade os mandados de busca após a prisão dos executivos. Sobre as prisões, a defesa de Joesley e Saud disse considerar desnecessária, alegando que eles “cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto” desde a assinatura da delação.

** Transferência dos presos**

Joesley e Ricardo Saud passaram a noite na superintendência da PF em São Paulo e devem ser transferidos para Brasília nesta segunda.

Houve impasse sobre a realização do exame de corpo de delito neste domingo (10). Os advogados dos executivos pediram para os dois não realizarem os exames no Instituto Médico Legal Central de São Paulo para não expor a intimidade de seus clientes. Diante do impasse, Fachin autorizou a realização dos exames em Brasília.

A prisão foi um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que alegou que havia indícios de má-fé dos delatores, que não contaram no processo de acordo de delação premiada que foram orientados por Miller a filtrar informações e a ajustar depoimentos nesse acordo de delação premiada.

O ministro do STF decretou a prisão temporária de Joesley e de Saud, mas negou o pedido de prisão da Procuradoria da República contra o ex-procurador Marcelo Miller. Fachin também suspendeu parcialmente os benefícios das delações de ambos, ressaltando que é necessário que se busque novas medidas e provas sobre os indícios de crimes atribuídos ao ex-procurador.

(*) Informações com o G1.

Policial federal dentro do apartamento de Marcello Miller, na Lagoa, na Zona Sul do Rio. (Foto: Pedro Figueiredo/ TV Globo)

O empresário Joesley Batista (centro) ao se entregar na tarde de domingo (10), na sede da Superintendência Regional da PF em São Paulo. Ele chegou acompanhado do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (esq.) (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

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