Denúncia foi feita hoje pelo deputado João Henrique, embasado em documentos públicos
Sabe aquele ditado: “quando a vida te der limões, faça uma limonada”? Pois nos anos 70, o Embraer EMB 121 “Xingu” nasceu exatamente de uma situação como essa. O Embraer EMB 121 foi o avião brasileiro mais inovador de seu tempo, embarcando tecnologias inéditas na aviação nacional dos anos 70 e imprescindíveis para a expansão da indústria nas décadas seguintes. Pois em 2021, enquanto pessoas morriam de Covid e se faziam contratos de tendas que até hoje estão sem publicidade, o presidente da Cassems comprava uma aeronave dessa para passar por cima dos cemitérios.
Esta foi a denúncia feita hoje (22.05), na tribuna da Assembleia Legislativa de MS, pelo deputado João Henrique (PL), que apresentou à população mais um episódio do CASSEMSXINGU. “Pois é, enquanto os servidores agonizam, com cobranças incompatíveis no holerite mensal, o presidente da Caixa de Assistência ostenta a propriedade de um avião com valor aproximado de R$ 6,5 milhões”.
A aquisição, segundo o deputado, foi feita em sociedade, numa empresa que relaciona como sócios alguns amigos do presidente da Cassems, que “coincidentemente” são fornecedores da entidade de saúde. “Empresas que prestam serviço na Cassems – de oncologia, de diagnóstico, entre outras – que estão relacionadas nos requerimentos que apresentei à Casa de Leis e que até hoje não foram analisados – fazem parte desta sociedade com a aeronave. Isso é estarrecedor e, no mínimo, imoral!”, disse o deputado.
Durante a fala, o deputado apresentou em imagem documentos públicos que atestam a compra da aeronave de prefixo PT-May. “Me pergunto como é que o presidente de uma das maiores instituições de saúde do Estado é proprietário dessa aeronave; como que o presidente da Cassems tem tanto sucesso profissional para comprar um avião desse porte?”.
O deputado enfatizou, durante sua fala, que em agosto de 2023, após ele começar a protocolar na Casa de Leis os requerimentos e a investigar um contrato odontológico na mesma data, a cota desta aeronave foi cedida. “Constituíram uma empresa, pouco anos depois da compra da aeronave, já reconhecendo um valor maior, ou seja, R$ 6,5 milhões integralizado numa empresa que também se chama May. Ainda em meados de agosto de 2023, dentro desta empresa, o presidente da Cassems deu de presente suas cotas às empresas que trabalham dentro da Caixa de Assistência, especificamente, de uma empresa de oncologia”.
Diante de mais esta situação de abuso, o deputado protocolou mais um requerimento – dos tantos que já foram protocolados e nunca respondidos – na Assembleia Legislativa de MS, desta vez exigindo acesso aos contratos, detalhados, da Cassems. “Queremos também instalar a CPI da Cassems, para analisar a evolução patrimonial das pessoas que trabalham e recebem desta Caixa. Isso está em nossa lei e precisa ser cumprido!”
