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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Jornalista chinês morre após denunciar irregularidades

04/02/2006 09h52 – Atualizado em 04/02/2006 09h52

Efe

O jornalista Wu Xianghu, do diário “Taizhou Evening Post”, morreu na quinta-feira por problemas de saúde desencadeados pelos golpes que recebeu da polícia, em outubro. O espancamento aconteceu depois de ele denunciar uma série de irregularidades, informa hoje a imprensa independente.

Wu, que tinha 41 anos, denunciou em 19 de outubro que as autoridades do distrito de Jiaojiang, em Taizhou (província oriental de Zhejiang), estavam cobrando quantias excessivas pelas licenças para motoristas de veículos.

O artigo incomodou o chefe de Polícia de Jiaojiang, Li Xiaoguo, que pediu a Wu uma desculpa pública. Quando o jornalista se negou, 50 oficiais entraram na redação do diário, bateram nele e o levaram em um veículo policial.

Wu passou por um transplante de fígado em 2003 e, por isso, os golpes recebidos no ataque desencadearam sua morte depois de ser internado em um hospital de Hangzhou. “Depois do transplante ele pôde voltar a trabalhar, e tudo parecia ir bem. Mas os médicos descobriram complicações no fígado e nos rins, causados pela violência dos golpes”, declarou a viúva, Hu Jinghua, 38, ao diário “South China Morning Post”.

“Meu marido morreu com os olhos abertos, porque não pôde suportar a idéia de deixar seu filho e sua esposa, além de suas responsabilidades jornalísticas”, continuou Hu. O jornalista deixa um filho de 11 anos, Wu Heyi. “Estou muito orgulhosa dele, que era um excelente jornalista, sempre leal à liberdade de expressão”, acrescentou a viúva.

A violência do ataque contra Wu foi divulgada por meios locais e estrangeiros. Uma semana depois, o governo local anunciou que o chefe de polícia foi expulso do Partido Comunista e demitido de seu cargo.

“Trata-se de um caso criminoso no qual Wu foi espancado com violência e morreu. Queremos justiça”, disse um jornalista do “Taizhou News Group” que pediu anonimato. O governo local proibiu os meios de comunicação de informar sobre a morte de Wu. “Só podemos confiar que a imprensa estrangeira relate a verdade, apesar de nós também sermos jornalistas”, acrescentou.

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