04/10/2005 15h48 – Atualizado em 04/10/2005 15h48
Folha Online
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) voltou a afirmar nesta terça que a morte do prefeito de Santo André (SP), em 2002, foi crime comum. Ele admitiu que, inicialmente, não afastou a hipótese de crime político. O parlamentar também lamentou que até hoje não tenha se assistido uma fita de vídeo uma testemunhado sequestro do prefeito afirma ter gravado no momento do crime. O deputado depõe nesta tarde na CPI dos Bingos.No início de seu depoimento à CPI, Greenhalgh descreveu para os parlamentares como foi seu primeiro contato com o corpo do prefeito ao chegar ao Instituto Médico Legal, em São Paulo. “Se me permitem falar assim, conversei com o Celso, perguntando o que lhe tinham feito. Ele tinha os olhos abertos de terror e as mãos crispadas, tensas”, disse ele.O deputado petista foi indicado por seu partido para acompanhar o inquérito que investigou a morte de Daniel, segundo ele, por Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002 e encontrado dois dias depois, em uma estrada de terra com marcas de tiros e sinais de tortura. Cerca de seis meses após o crime, a Polícia Civil encerrou o inquérito e responsabilizou seis homens da favela Pantanal pelo assassinato, com a conclusão de que havia sido um crime comum. O Ministério Público acreditava que a morte do prefeito estaria relacionada com um suposto esquema de corrupção montado durante a gestão dele na prefeitura de Santo André e que, por não concordar com esse esquema, Daniel teria sido morto. Em agosto deste ano, a Polícia Civil reabriu as investigações devido às recentes denúncias apresentadas na CPI do Mensalão.Greenhalgh também lamentou que até hoje não tenha sido vista uma fita de vídeo com o momento do crime, supostamente filmada por um pastor protestante segundo ele afirmou ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Sob alegação de que temia represálias, o pastor nunca divulgou a fita. “Esta fita poderia resolver um monte de problemas”, disse Greenhalgh