03/12/2004 13h49 – Atualizado em 03/12/2004 13h49
MS Noticias
No dia 24 de agosto, às 12h45, decolava de Campo Grande o avião Bandeirante do Esquadrão Pelicano com destino a cidade de Altamira no Estado do Pará. O PT-KGG, com quatro pessoas a bordo, havia pedido socorro. O piloto, antes de cair, conseguiu avisar pelo rádio que estava com problemas e efetuaria um pouso de emergência em plena selva amazônica. No outro dia, o avião foi localizado e as quatro pessoas resgatadas com vida.
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Durante uma missão no estado do Acre, no mês de junho, a tripulação do helicóptero H-1H recebeu um pedido de ajuda. Um indigenista, funcionário da Funai numa base às margens do rio Envira, havia sido atingido por uma flecha no pescoço. Apesar da gravidade do ferimento, ele conseguiu voltar a sua base e pedir auxílio. Poucas horas depois, o helicóptero do Esquadrão Pelicano pousava no local com médicos para cuidar do ferido. A flecha, que poderia ter matado o indigenista, se encontra hoje no Museu da Aviação de Busca e Salvamento, na Base Aérea de Campo Grande.
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A rodovia Tranzamazônica ainda é um dos únicos caminhos para quem precisa chegar a esta distante região. A pavimentação precária, que em muitos trechos sequer existe, torna a viagem bastante arriscada. No dia 2 de setembro, um grave acidente nesta rodovia, envolvendo um caminhão que transportava pessoas de Lábrea para Huamaitá, deixou 32 feridos. Depois de dois dias sem socorro, a governo do Amazonas pediu ajuda a Força Aérea. Um helicóptero dos Pelicanos, que se encontrava na região, decolou para ajudar a resgatar às vítimas.
Essas são apenas algumas das missões que marcaram o ano de 2004 no Esquadrão Pelicano, que no próximo dia 6 completa 47 anos de existência. Para marcar a data, será realizada na Base Aérea de Campo Grande uma solenidade militar com a presença de diversas autoridades, civis e militares, com a participação de ex-integrantes dos Pelicanos.
A solenidade começa às 10h 30 min da próxima segunda-feira (06/12), na Base Aérea.
Homem SAR
O Esquadrão Pelicano é considerado uma unidade de elite dentro da Força Aérea e faz parte do SAR (Search end Rescue, ou, traduzindo, “Busca e Salvamento), sigla usada mundialmente pelas unidades de resgate. Seus homens estão sempre prontos para decolar e realizar qualquer tipo de missão. Entre seus integrantes estão pilotos, mecânicos, especialistas em comunicações e homens de resgate que são preparados em diversas especialidades, como pára-quedismo, mergulho e montanhismo.
Para homenagear aqueles que mais se destacaram no serviço de Busca e Salvamento, foi criado o título de “Homem SAR”, Este ano, quem recebe a distinção é o Tenente Brigadeiro do Ar William de Oliveira Barros, atualmente Diretor do Departamento de Ensino da Aeronáutica, o e Suboficial da Reserva Rubens Alves de Almeida. O Tenente Brigadeiro do Ar Willian serviu no Esquadrão Pelicano de 1974 a 1977 e de 1981 a 1983 quando foi comandante. Nesses anos, sempre teve participação nas missões de resgate e, quando deixou os Pelicanos, sempre manteve seu apoio incondicional ao sistema SAR. O Suboficial Rubens, foi durante quase vinte anos integrante da Equipe de Resgate dos Pelicanos, tendo participado de inúmeras missões e contribuído de maneira significativa para a missão de salvar vidas.
O título de Homem SAR será entregue durante a solenidade militar.
Os Pelicanos
O 2º/10º GAv, única Unidade da FAB criada especificamente para realizar missões de Busca e Salvamento, antes de se deslocar definitivamente para Campo Grande em 1981, já esteve sediado em Guarulhos-SP e em Florianópolis-SC.
Partindo de Campo Grande para localizar e salvar vítimas de acidentes aeronáuticos e marítimos em todo o território nacional, os militares do 2º/10º GAv chegam às mais distantes localidades brasileiras num espaço de tempo reduzido, devido a essa localização estratégica, no Mato Grosso do Sul.
Durante todos esses anos, foram mais de 3.000 operações engajadas entre missões de busca, salvamento, transporte aeromédico, interceptação e escolta de aeronaves em perigo e de apoio às populações em situação de calamidade pública. Os Pelicanos também participam anualmente da campanha nacional de multivacinação em distantes regiões do Pantanal e da Amazônia. Em suas quase cinco décadas de existência, centenas de vidas já foram salvas.