26/11/2004 11h16 – Atualizado em 26/11/2004 11h16
APN
O foco da Campanha Nacional contra o Câncer de Pele deste ano está voltada para a proteção durante a infância. Com a proximidade do verão, aumentam os casos de câncer da pele no país. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que se os cuidados durante a infância forem intensificados até os 18 anos de idade, as chances de se desenvolver a doença são reduzidas em até 85%.
De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) o câncer de pele é o de maior incidência no País e estima-se que ele será responsável por 86.525 novos casos em 2004. No entanto, a facilidade do diagnóstico precoce é o principal fator que contribui para o baixo índice de mortalidade.
Dentro de seu Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele, a entidade promove todos os anos a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Este ano ela será realizada no dia 04 de dezembro, das 9h às 15h, em 165 postos espalhados por todo o país. Aqui no Estado os atendimentos serão realizados em três municípios: Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
“O efeito nocivo do sol sobre a pele é observado na idade adulta, pela ação cumulativa da radiação solar. E a maior parte do dano causado por ele ocorre precocemente na infância e na adolescência. No caso da exposição saudável e aconselhável ao sol durante a infância, poucos minutos, mesmo indiretamente, poucas vezes por semana, são suficientes para a síntese adequada de vitaminas”, enfatiza Marcio Rutowitsch, presidente da SBD.
Crianças ou adolescentes de pele, cabelos ou olhos claros, com sardas, que se queimam mais do que se bronzeiam ou com casos de câncer de pele na família fazem parte do fototipo (tipos de pele) de risco. O papel da Sociedade Brasileira de Dermatologia é conscientizar a população da gravidade dos riscos da exposição ao sol sem proteção, que além de provocar queimadura, mal-estar, dor de cabeça e até desidratação, pode também provocar o envelhecimento precoce, catarata e câncer de pele. A recomendação da entidade é abusar do uso de chapéus, camisetas e protetores solares adequados para cada tipo de pele (ver quadro abaixo).
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma pesquisa realizada pelo órgão, em todo o país, no ano passado mostrou que 69,6% dos brasileiros não utilizam nenhuma proteção solar. A SBD destaca ainda que as barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
Dicas de prevenção – Como a incidência dos raios ultravioleta está cada vez mais agressiva na Terra, as pessoas de todos os fototipos (tipos de pele) devem estar atentas e se proteger quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Devem estar atentos também os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e pintas no corpo:
– Crianças até seis meses não devem ser expostas diretamente ao sol;
– Crianças com mais de seis meses devem se expor ao sol com proteção em qualquer hora do dia;
– A aplicação do filtro solar deve ser diária, em todas as áreas descobertas, incluindo orelhas e pescoço;
– Todos os filtros solares devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição (camada espessa) e reaplicados a cada duas horas, após entrada na água ou transpiração excessiva. Normalmente, o fator 15 já é suficiente, reduzindo em 94% a absorção dos raios UV pela pele.
O quê é o câncer de pele?
Câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, dependendo da camada afetada, ocorrem os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares, o mais perigoso é o melanoma. A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer e o envelhecimento da pele. Ela se concentra nas cabines de bronzeamento artificial e nos raios solares.
Também é preciso observar se há na pele sinais de lesões e procurar imediatamente um dermatologista. Os sinais que podem indicar câncer de pele são visíveis: manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, feridas que não cicatrizam em quatro semanas e sinais que apresentam alterações na cor, textura, tamanho, espessura ou contorno.
TIPOS DE PELE FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADO
I Pele clara, olhos azuis, sardentos Entre 20 e 60
II Pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos, cabelos louros ou ruivos Entre 20 e 50
III A média das pessoas brancas normais Entre 15 e 30
IV Pele clara ou morena clara, cabelos castanhos escuros e olhos escuros Entre 15 e 30
V Pessoas morenas Entre 15 e 30
VI Negros Entre 15 e 30
Índice de exposição ao sol sem proteção em Mato Groso do Sul ainda é alto. Segundo dados da SBD apenas 14,2% da população de Mato Grosso do Sul se preocupa em se proteger da exposição solar e 83,9% se expõe ao sol sem nenhum tipo de proteção. Em estados como o Rio de Janeiro (67,2%), São Paulo (67,8%), Rio Grande do Sul (63,2%) e Ceará (81,9%) as pesquisas também indicaram um grande número de pessoas que não se protege da exposição solar.
Locais de atendimento em Mato Grosso do Sul
Campo Grande
Hospital Universitário – Av. Senador Filinto Muller, S/N – Cidade Universitária
Coordenadora: Dra. Michela Rezende Scannapieco
Três Lagoas
Centro de Especialidades Médicas – Av. Clodoaldo Garcia, 280 – Santos Dumont
Coordenadora: Dra. Maria Angélica Gorga
Dourados
Centro de Saúde Tipo A – Rua Dr. Camilo Hermelindo, 975 -Centro
Coordenador: Dr. Pedro Lúcio Zanúncio