05/05/2004 16h49 – Atualizado em 05/05/2004 16h49
Mesmo sendo da base de sustentação do governo federal, o deputado Geraldo Resende (PPS) vem questionando a proposta da área econômica para o salário mínimo e, por isso, prometeu fazer todos os esforços, junto com a bancada de seu partido, na busca de melhorias para o projeto apresentado.
Em pronunciamento feito na tarde de hoje, o deputado do PPS voltou a questionar a inexistência de uma política de valorização real do Salário Mínimo no país. “Na campanha, o atual Governo prometeu que dobraria o valor do salário mínimo. Falsa esperança: o medo persiste”, lamentou.
Segundo o deputado, hoje 56 milhões de brasileiros miseráveis, são obrigados a ver “as esmolas da política que prioriza recursos para o assistencialismo das bolsas de alimentação, enquanto alega não haver condições orçamentárias para estabelecer um salário mínimo digno, como verdadeiro mecanismo de distribuição de renda”.
Geraldo Resende disse que atualmente, na faixa de 15 a 29 anos, o desemprego já atinge 22,6%. “Ocorre que essa camada da população está fora do foco da maior parte das políticas sociais, restando-lhes uma enorme força de trabalho que, quando aproveitada, é mal remunerada, nem tanto pelo valor numérico de seus salários, mas sob o aspecto da capacidade de manter-se determinado nível de renda, de poder aquisitivo, o que obviamente é impossível com um aumento real de 1,21%”.
Para o deputado, essas pessoas foram feridas em sua dignidade, “por terem se constituído no grande alicerce eleitoral do atual Governo”. Ele explica que existe intenção do legislativo federal de não aprovar a proposta de aumento de salário mínimo no índice proposto pelo governo.
“Existem várias propostas que permitem redimensionar o valor do salário mínimo, sem causar qualquer tipo de trauma à economia nacional. Uma dessas propostas, cunhada nas hostes do PPS, consiste no aumento da alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) que incide sobre empresas do setor financeiro, de 9%, para 18%”, salienta o deputado.
O parlamentar enfatizou a necessidade de se “achar soluções que não comprometam as contas públicas, como não conseguiu o Executivo, mesmo porque, cumpre-nos manter os compromissos que fizemos com aqueles que aqui representamos, que não é o sistema financeiro internacional, mas sim, o povo brasileiro e sua massa de trabalhadores”.
Fonte:Dourados News