30/09/2003 14h55 – Atualizado em 30/09/2003 14h55
Os pesquisadores Robert Hayes e BJ Feenstra, do laboratório de pesquisa da Philips em Eindhoven, Holanda, desenvolveram um novo sistema que representa um grande avanço para que o “papel eletrônico” torne-se uma realidade viável.
As soluções testadas anteriormente decepcionavam pela lentidão na alteração de estado dos pixels (pontos da tela). As imagens não mudavam com velocidade suficiente para apresentar animações ou vídeos. Além disso, o brilho não era satisfatório, especialmente em cores.
O novo processo é baseado em um fenômeno chamado electrowetting (algo como molhar eletricamente, em português), em que a aplicação de uma tensão a uma superfície normalmente repelente à água faz com que ela atraia o líquido.
Em todo pixel do e-paper (eletronic paper) existe uma cápsula com um fundo transparente repelente à água, sobre uma camada branca brilhante. Cada uma dessa cápsulas recebe uma minúscula gota de óleo, que se espalha e cobre o fundo, criando um ponto preto ou colorido.
Quando é aplicada uma tensão elétrica, através do eletrodo na base da cápsula, a água é atraída para o fundo e rapidamente empurra o óleo para os lados, deixando o ponto branco. Esse processo é capaz de gerar imagens com alto contraste e que podem ser mudadas com velocidade suficiente para a exibição de vídeos.
Com o electrowetting, é possível mudar os pixels 100 vezes por segundo, o que é uma excelente velocidade. Para se ter uma idéia, vídeos com qualidade de TV precisam apenas de 25 quadros por segundo. Nos quesitos brilho e reflexividade, o novo e-paper também surpreende, sendo duas vezes superior às tecnologias já existentes.
Fonte:Ibest