20/12/2002 10h29 – Atualizado em 20/12/2002 10h29
A previsão para a safra de 2003, divulgada hoje pelo IBGE, revela que a área plantada ou a plantar deve crescer 3,39% em relação a 2002, passando de 33,033 milhões para 34,155 milhões de hectares. Se a comparação for feita com a área colhida em 2002, de 32,790 milhões de hectares, a área para a safra de 2003 passa a apresentar um acréscimo de 4,16%.
Em 2002, a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá alcançar 97,156 milhões de toneladas, 1,41% inferior à safra de 2001, que foi de 98,544 milhões de toneladas. As informações sobre esse segundo prognóstico de área plantada ou a ser plantada nas regiões Sul, Sudeste, e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão não apresentam modificações significativas quando comparadas às divulgadas em outubro.
Com relação ao mês anterior, quando se apresentou o primeiro prognóstico de área para 2003, as principais modificações foram observadas nos seguintes produtos: algodão herbáceo,
menos 2,28%; arroz em casca, menos 2,35%; feijão primeira safra menos 2,511, e soja menos 2,23%.
No caso do algodão herbáceo, a variação ocorreu principalmente por causa dos dados de Mato Grosso, estado que apresenta um decréscimo de 4,74% em relação à safra anterior. Como na maioria dos estados que fornecem informação sobre algodão herbáceo, também em Mato Grosso foi constatada a opção por outras culturas, em especial a soja, que apresenta perspectivas mais vantajosas, principalmente quando se consideram os preços atuais dessa oleaginosa. Em Mato Grosso, a área a ser plantada com algodão em 2003 será da ordem de 312 mil hectares.
A área destinada ao plantio de arroz, que apresenta redução de 2,46% em 2003, é estimada em 2,5 milhões de hectares. Como ocorreu com o algodão, a causa do decréscimo foi a perda de área para a soja, em especial nos pólos onde predomina o sistema de plantio de sequeiro, mais representativo na região Centro-Oeste e no Maranhão. Entre os principais estados produtores de arroz, as variações são: Rio Grande do Sul (0,63%), Maranhão (3,04%) e Mato Grosso
(-15,81%). A área de plantio estimada para esses estados é de 990 mil hectares, 494 mil hectares e 372 mil hectares, respectivamente.
Como os preços se apresentam em níveis compensadores para os produtores, esta segunda estimativa de área para a cultura do feijão primeira safra apresentou aumento de 2,35% em relação à área plantada em 2002, atingindo aproximadamente 1,5 milhão de hectares. Os maiores acréscimos são verificados na Bahia (4,75%), no Paraná (5,87%) e em Goiás (3,82%).
Para a soja, este segundo prognóstico de área para a safra 2002/2003 indica uma área plantada de 17,6 milhões de hectares, superior em 8% à da safra anterior (16,2 milhões de hectares). A razão dessa expansão é os preços de comercialização do produto, considerados bons pelos sojicultores, entre outras vantagens, que envolvem negociações antecipadas entre os segmentos que atuam no setor do agronegócio. Nos estados que lideram a produção de soja no país, até o momento, os incrementos na área são os seguintes: Mato Grosso (10%), Paraná (6%), Rio Grande do Sul (6%) e Goiás (11%).
Em relação à pecuária, pesquisa do IBGE mostra que no terceiro trimestre de 2002 o número de bovinos abatidos aumentou 4,53% em comparação com o segundo trimestre do mesmo ano. Houve aumento de 3,58% na quantidade de bois abatidos, de 3,93% na quantidade de vacas e de 8,35% no volume de novilhos.
O número de suínos abatidos no terceiro trimestre de 2002, em comparação com o segundo trimestre do mesmo ano, registrou aumento de 8,98%. Quando a comparação é feita com o terceiro trimestre de 2001, verifica-se um crescimento ainda maior: 23,28%.
O aumento do abate no terceiro trimestre de 2002 foi uma das conseqüências do aumento dos custos de produção da atividade. A crise de abastecimento do milho tem sido o principal problema das cadeias produtivas que têm neste produto a sua principal base.
O número de frangos abatidos no terceiro trimestre de 2002 cresceu 2,04% em comparação com o segundo trimestre do mesmo ano. Em relação ao terceiro trimestre de 2001, o aumento foi de 10,85%.
A produção de ovos no terceiro trimestre de 2002 apresentou pequena variação positiva. O aumento foi de 0,25% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e de 1,11% em relação ao terceiro trimestre de 2001. Este pequeno aumento é conseqüência da revisão de plantéis feita pelos produtores, pois os custos de produção se elevaram com a valorização do milho e da soja no mercado interno.
Os volumes de leite, tanto adquirido quanto industrializado, tiveram, no terceiro trimestre de 2002, acréscimo em comparação com o segundo trimestre do mesmo ano. O aumento no período foi de 1,81% no volume de leite adquirido e de 1,96% no de leite industrializado.
No terceiro trimestre de 2002, a quantidade de couro cru adquirida pelos curtumes brasileiros e apurada pela pesquisa trimestral do couro foi de 7.293.523 unidades. Quanto ao couro curtido, foram registradas 7.235.699 unidades.
Fonte: Agência Brasil