17/12/2002 09h49 – Atualizado em 17/12/2002 09h49
O advogado criminalista Evandro Lins e Silva, 90, que morreu às 5h45 de hoje, vítima de traumatismo crânio-encefálico, será homenageado na quinta-feira na “Sessão da Saudade” da ABL (Academia Brasileira de Letras), no Rio.
Na ocasião, integrantes da academia mais próximos a Lins e Silva farão depoimentos sobre o criminalista, que ocupa a cadeira número 1 da ABL. A sessão começa às 16h.
Eventualmente, a sessão é aberta para alguma personalidade que queira homenagear Lins e Silva.
O corpo do criminalista será velado na ABL, no centro do Rio. Às 16h haverá uma missa em homenagem a Lins e Silva. O corpo será enterrado às 17h no mausoléu da academia, no cemitério São João Batista, Botafogo, zona sul.
Lins e Silva estava internado desde a última quinta-feira na clínica São Vicente, na Gávea (zona sul).
Ele sofreu traumatismo craniano na noite de quinta-feira após cair e bater com a cabeça no meio-fio no aeroporto Santos Dumont. O acidente ocorreu quando ele tentava pegar um táxi.
O criminalista foi operado na madrugada de sexta-feira para tentar drenar líquido dos ventrículos (cavidades) cerebrais e controlar a pressão intracraniana.
O advogado, porém, entrou em coma e não apresentou melhora de seu quadro clínico, segundo informações do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho e do clínico geral Emílio Francischettie, responsáveis pelo paciente.
Lins e Silva retornava ao Rio de uma viagem a Brasília, onde havia sido nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o Conselho da República, órgão consultivo da Presidência.
Desde 1998 na ABL, Evandro Lins e Silva foi considerado um dos maiores criminalistas brasileiros deste século. Neste ano, participou do abaixo-assinado document.write Chr(39)Advogados com Luladocument.write Chr(39). Após vencer a eleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou ao Rio para fazer um document.write Chr(39)agradecimento históricodocument.write Chr(39) a Lins e Silva, ao economista Celso Furtado e ao advogado Raymundo Faoro.
Piauiense de Parnaíba, nasceu em 18 de janeiro de 1912. Seu pai, Raul Lins e Silva, era juiz. Em 1929 ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Lins e Silva foi casado por 43 anos com Maria Luísa Konder Lins e Silva, que morreu em 1984. Tinha quatro filhos, 11 netos e dois bisnetos.O criminalista foi chefe do Gabinete Civil da Presidência e ministro das Relações Exteriores no governo João Goulart (1961-1964). Também foi ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) durante o regime militar.
O imortal foi um dos advogados que redigiram o pedido de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Fonte: Folha Online