17/12/2002 15h29 – Atualizado em 17/12/2002 15h29
LOS ANGELES – Os níveis dos oceanos do planeta poderão ser medidos com mais precisão no futuro, graças aos resultados que os cientistas da Nasa esperam conseguir com o lançamento, esta semana, do satélite Icesat.
O novo satélite – cujo nome na íntegra é Ice, Cloud and Land Elevation Satellite – é equipado com raio laser e foi projetado para medir as oscilações das maiores camadas de gelo do planeta.
O Icesat deve passar ao menos três anos medindo sem parar a elevação das camadas de gelo que cobrem a Groenlândia e a Antártida.
O trabalho vai ajudar a responder se essas camadas de gelo – de mais de três quilômetros de espessura em alguns pontos e que contêm milhões de quilômetros cúbicos de água doce – estão crescendo ou diminuindo.
“Muito simplesmente, não sabemos o que acontece hoje e nem o que vai acontecer no futuro”, disse Jay Zwally, cientista do projeto da Nasa em Maryland.
O Icesat será lançado a bordo de um foguete Delta II, na quinta-feira, da base de Vanderberg, da Força Aérea, na costa da Califórnia.
O Icesat – um projeto de 282 milhões de dólares – vai observar o destino do gelo derretido no planeta.
Os cientistas temem que o aumento desse gelo inunde regiões costeiras e altere os padrões de circulação dos oceanos, o que tem importante papel na determinação das condições climáticas.
Os níveis do mar atualmente estão subindo cerca de 0,8 polegada por década. Cerca de metade desse aumento é atribuído ao degelo de pequenas geleiras e ao aquecimento dos oceanos, que aumenta conforme as temperaturas sobem.
A causa da outra metade é desconhecida, mas o derretimento da camada de gelo é suspeito.
A Comissão Intergovernamental sobre Mudança Climática estima que os níveis do mar possam subir cerca de 50 centímetros no próximo século.
As medições do Icesat poderão acabar com a incerteza, segundo Zwally.
Num recente encontro da União Geofísica da América, cientistas disseram que extremidades da camada de gelo da Groenlândia e gelo do Oceano Ártico estão derretendo em níveis nunca vistos durante décadas.
Na Antártida, porém, a área coberta pelo gelo do mar durante o inverno está crescendo.
Ao longo de um ano de repetidas medições, o Icesat pode detectar mudanças mínimas na elevação da camada de gelo – pouco mais de meio centímetro.
Se essa quantidade de gelo derreter, pode elevar os níveis do mar em centésimos de centímetros.
O Icesat também vai medir a camada de gelo no Peru e no Ártico Canadense, em elevações de terra e na altura das nuvens.
As geleiras do Alaska podem ser muito pequenas para serem monitoradas do espaço.
Fonte: Associated Press

