10/12/2002 14h10 – Atualizado em 10/12/2002 14h10
BATAGUASSU:Avestruz é atração da Expobata
O produtor Deonísio Orlandeli conseguiu transformar seu estande em atração turística. Centenas de pessoas passam pelo local atraído pela curiosidade. O motivo de tanto interesse deve-se a um casal de Avestruz, com idade de nove meses que está em exposição num local especialmente preparado para as aves.
A intenção de Deonísio é divulgar aos demais produtores as vantagens e custos da criação deste animal. Para isso, ele adequou sua propriedade, a fazenda Primavera numa espécie de show room. No local existe a estrutura necessária para acomodar as nove aves que estão em exposição.
Deonísio, é produtor de gado leiteiro e ovelha, diz que se interessou pelo Avestruz por ser um animal de fácil trato e cujos produtos são valorizados no mercado. “Meu objetivo é expandir a criação, já que o avestruz é um animal rústico se adapta facilmente a qualquer clima”, conta.
Apesar de o mercado interno não estar acostumado com a carne de avestruz, Orlandeli é otimista e acredita que aos poucos, tanto consumidores quanto produtores valorizarão ainda mais o consumo.
PARCERIA
Para viabilizar o projeto, Orlandeli fez uma parceria com o grupo Brasil Ostrich, empresa especializada na criação de avestruz, e com forte vocação na área de prestação de serviços e assistência técnica o grupo OSTRICH intensifica sua busca pela Qualidade Total em seus serviços, através de parcerias com as mais conceituadas Universidades do país e empresas ligadas à atividade comercial e de fornecimento de genética, tecnologia de ponta, produtos e equipamentos.
Inovando o mercado com o lançamento de produtos específicos para Avestruzes, visando melhorar cada vez mais a produtividade desta nova atividade no Brasil.
PALESTRA
O direetor presidente do Grupo Ostrich, Celso da Costa Carrer esteve no sábado em Bataguassu para proferir uma palestra sobre a criação de avestruzes. Vários produtores da região participaram da palestra que durou quase duas horas. Todos saíram com boa impressão, como é o caso do pecuarista João Alonso Merigue que está com vontade de diversificar o seu rebanho, incluindo em sua propriedade a criação de avestruzes. Segundo Celso, a criação de avestruz é altamente rentável e não exige muito do produtor. “ A ave, por ser rústica, se adapta sem problema em qualquer lugar. Basta apenas algumas explicações técnicas para desenvolver o rebanho. Nosso grupo dá toda assistência ao produtor que venha desenvolver a criação”, afirmou.
ESTRUTURA TÉCNICA
A equipe da Brasil Ostrich tem larga experiência no ramo de comércio de animais, assistência técnica, gerenciamento e consultoria em diversos segmentos do agribusiness. Seus profissionais, com formação em ciências agrárias (zootecnia, veterinária e agronomia) e especialização nas diversas áreas de produção e sanidade animal, estarão à sua disposição para conversar a respeito da viabilidade desta nova e interessante opção de negócio agropecuário
VANTAGENS
O avestruz, do contrário de que muitos pensam, não precisa de muitos cuidados para ser tratado. Assim como o gado, ele se alimenta de ração e de pasto. A vantagem é que ele ocupa menos espaço em uma fazenda do que o gado, que precisa de muito pasto e tempo para a engorda. O avestruz pode ser abatido depois de um ano e cinco meses.
Além do baixo custo de produção, tudo do animal é aproveitável, desde pluma, ovos, até carne e couro.
Para se ter uma idéia, um ovo do animal corresponde a 24 ovos de galinha.
PRODUTOS
Além o ovo, a carne de avestruz é saboreada nos mais famosos restaurantes do país. Só o preço que é salgado: R$ 35 por quilo.
A carne vermelha, além de ser saborosa, possui baixa taxa de gordura, ideal para quem sofre de colesterol.
A pluma é exportada para diversas partes do mundo e um quilo vale hoje no mercado U$ 150. O couro também é muito apreciado para a confecção de calçados, casacos e bolsas.
“O aproveitamento completo do animal é o chamativo para que outros pecuaristas venham a implantar essa criação”, enfatiza Orlandeli
Segundo o produtor, a expectativa é de que ainda em 2003, uma incubadora seja implantada na região. “Não é preciso muito investimento, a preferência é que ela seja montada próxima a rodovia, para facilitar nosso transporte.”
O INÍCIO DA CRIAÇÃO NO BRASIL
Há seis anos aparecia no Brasil uma ave desengonçada, de pescoço enorme, com mais de 2 metros de altura e 100 quilos de peso. O tamanho de sua esquisitice era proporcional às expectativas depositadas nas criações que começavam a se formar. Afinal, o avestruz, bicho exótico, originário das regiões secas da África, desembarcou com toda a pompa e a promessa de disputar com bois, frangos, porcos e outros animais o cobiçado mercado de proteína animal, concorrendo páreo a páreo com a pecuária nacional, atividade de larga tradição no país, explorada profissionalmente há mais de três décadas.
INDICADOR POSITIVO
O maior indicador do desenvolvimento da estrutiocultura brasileira é o aumento do plantel nacional, que pulou das 500 cabeças iniciais para 50 mil, atualmente, e que estão nas mãos de 800 estrutiocultores espalhados pelo Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país, conforme dados da Acab – Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil.