09/05/2006 08h55 – Atualizado em 09/05/2006 08h55
AFP
O técnico em computadores de 44 anos, Armin Meiwes, mais conhecido como o “Canibal de Rotemburgo”, foi condenado à prisão perpétua, nesta terça. Ele foi julgado após confessar ter matado e esquartejado o engenheiro Bernd Juergen Brandes, antes de devorar suas partes íntimas. Este foi o primeiro caso de antropofagia na história da Justiça penal alemã
O caso, sem precedentes, suscitou diversas questões jurídicas devido ao suposto consentimento da vítima e revelou ante a corte um mundo de fantasmas e aberrações na internet. O réu sustentou que Brandes havia respondido a um anúncio na internet, concordando em ser um voluntário que se deixasse ser devorado.
Mas os argumentos foram rejeitados pela Promotoria de Frankfurt que exigiu a prisão perpétua, por considerar que o acusado sabia que sua vítima estava viva quando a matou com uma facada e que cometeu este ato para satisfazer seu apetite sexual.
Armin Meiwes colocou um pequeno anúncio na internet com o pseudônimo de “Franky” procurando uma pessoa que quisesse ser morta e devorada. Em sua resposta, o “candidato” Bernd Brandes havia se manifestado disposto a ser castrado, mutilado e comido.
Na noite de 9 para 10 de março de 2001, Meiwes seccionou o pênis de sua vítima, o cozinhou e ambos o comeram juntos, gravando a macabra cena com uma câmera de vídeo. Meiwes declarou ante a corte de Kassel, no primeiro julgamento que enfrentou em 2003, que não havia gostado muito do membro assado, apesar de tê-lo condimentado adequadamente, e que ambos haviam achado a carne muito difícil de se mastigar.
O “canibal” matou sua vítima, já quase entorpecida e agonizante, sob o efeito de álcool e medicamentos, desferindo-lhe uma facada no pescoço. Depois estripou o cadáver, o esquartejou e congelou suas partes em pedaços que foi comendo posteriormente durante vários dias.
Todas as cenas foram gravadas em um vídeo, sem fins comerciais, segundo Meiwes, para imortalizar o que ele considera como um triunfo pessoal e para seu próprio estímulo sexual. Depois de ter enterrado os ossos, a pele e os órgãos de Brandes no jardim, Meiwes consumiu cerca de 20 quilos da carne de sua vítima, assando-a e temperando-a com salsa, pimenta e batatas.
Meiwes, a quem todos os vizinhos descreveram como cordial e atento, de conversa tranqüila e que brinca com as crianças, disse ante os juizes ter saciado sua fome de carne humana e que se arrependeu de seus atos.