11/03/2006 11h28 – Atualizado em 11/03/2006 11h28
Midiamax News
Pelo menos cinco vítimas envolvidas no tratamento utilizando células-tronco, prescrito pelo médico César Roberto Maksoud Cabral, 50 anos, já foram ouvidas pela Polícia Civil de Campo Grande. A polícia espera ouvir mais vítimas e o presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), Mauro Ribeiro, para prosseguir com as investigação que segue em segredo de justiça.
O Inquérito aberto pela Polícia Civil está sendo investigado pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais da Polícia Civil) que já está a procura de mais duas vítimas do médico. A recomendação é para que as pessoas que foram enganadas, procurem a Polícia. O médico Maksoud e a secretária serão ouvidos após as vítima prestarem depoimento.
O médico é acusado de estelionato e crime contra a saúde pública, considerado hediondo. O CRM/MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) também abriu sindicância para apurar as denúncias sobre o tratamento prescrito pelo médico. De acordo com o presidente do Conselho, Mauro Ribeiro, a atitude do médico é considerada gravíssima e poderá inclusive ter a cassação do registro caso a denúncia seja comprovada.
A denúncia contra o médico feita pelo Jornal Nacional chegou também ao MPF (Ministério Público Federal) e ele poderá responder a processo por estelionato e crime hediondo, sendo que as penas previstas nesses casos podem chegar de 10 a 15 anos de prisão.
As receitas, ampolas com o falso pó de células-tronco e recibos de pagamentos feitos pelos pacientes do médico sul-mato-grossense e também dos médicos Shirley de Campos e Fernando Requena foram entregues ao MPF e serão periciados. Eles receitavam um pó, que diziam ser as células-tronco reduzidas, e, cada aplicação do produto, era negociada por R$ 1,5 mil.
A irregularidade só foi constatada pela reportagem através de uma câmera escondida, que mostrou o médico analisando o caso de um menino com paralisia cerebral já atendido pela médica Shyrlei de Campos. A promessa era a cura através das doses de substâncias e Shyrlei também usou exemplos de outros pacientes para convencer da cura a partir do mesmo tratamento.
Requena chegou a oferecer esperança de cura com as supostas células-tronco para a mãe de uma paciente que estava com câncer. Outra forma dos médicos convencerem os pacientes a utilizarem o procedimento era a referência de instituição de prestígio, entretanto o produto receitado pelos médicos, supostamente vindo da Alemanha e China, não tem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).