09/02/2006 16h10 – Atualizado em 09/02/2006 16h10
Folha da Região
O corpo do taxista penapolense José Rosa de Souza, 71 anos, foi encontrado na manhã de ontem no rio Bonito, no município de Glicério. De acordo com o médico legista José Edward Gonçalves Pardi, a morte foi provocada por afogamento, apesar de ferimentos encontrados na testa da vítima. “Provavelmente ele levou uma paulada na cabeça e foi jogado no rio ainda com vida”, revela.Por volta das 8h30 de ontem a esposa de Souza foi até a delegacia e registrou Boletim de Ocorrência de desaparecimento. Ela contou que o marido costumava ficar até tarde no ponto de táxi do Terminal Rodoviário, mas na noite anterior demorou a dar notícia. Por isso, por volta de 0h15 ligou no celular do marido e ninguém atendeu, o que a deixou preocupada.Às 3h e depois às 6h, ela voltou a ligar no ponto de táxi, quando foi informada de que o marido havia deixado o local por volta das 23h30 para atender uma corrida, quando saiu com uma garota de aproximadamente 18 anos como passageira e não mais retornou.O corpo de Souza foi encontrado às 11h boiando por um pescador há cerca de cinco metros da margem do rio e há 500 metros da ponte da Beter, no limite entre os município de Penápolis e Glicério. Com ele foram encontrados R$ 27 em dinheiro, um relógio de pulso, aliança e corrente com crucifixo, provavelmente de ouro. A carteira com documentos pessoais e do veículo não foi localizada. Até o fechamento desta edição, o Corsa Classic prata, ano 2005, utilizado pelo taxista, não havia sido localizado.Souza possuía um estabelecimento comercial no antigo terminal rodoviário de Penápolis e há mais de 20 anos atuava como taxista. O corpo será velado na sala 2 do velório municipal e o sepultamento ocorrerá hoje em horário ainda a ser divulgado pela funerária Bom Pastor.Apesar do corpo ter sido encontrado no município de Glicério, o crime deverá ser investigado pela polícia de Penápolis. Após receber a denúncia do desaparecimento, o delegado Mauro Gabriel designou uma equipe para investigar o caso.MEDO – O assassinato de Souza deixou os demais taxistas que trabalham no terminal rodoviário de Penápolis preocupados. Deorotides Aparecido Garcia, 51, que está há 20 anos na profissão, afirma que o cuidado será ainda maior a partir de agora. “Não sei se alguém, vai querer fazer corridas tarde da noite para desconhecidos”, comenta, afirmando que ele só atende pessoas que conhece nesses horários.Garcia revela que também foi vítima da ação de bandidos. Em dezembro de 1996 ele levou três pessoas para Araçatuba e ao chegar próximo à entrada da cidade os passageiros o renderam, cortaram o cinto de segurança do Voyage que dirigia, amarraram seus pés e mãos e o deixaram trancado no porta-malas do veículo, antes de fugirem levando todos os pertences e objetos do carro.Para evitar que casos como esse se repita, Garcia acredita que deveria haver um policial de plantão no terminal rodoviário e representante do Conselho Tutelar.