07/02/2006 21h56 – Atualizado em 07/02/2006 21h56
Terra
Representantes de 121 países se reúnem a partir desta segunda-feira em Genebra para definir medidas que permitam reduzir progressivamente o tabagismo no mundo todo e, assim, salvar 200 milhões de vidas até 2050.Participam da reunião “representantes de quatro dos cinco países com maior exportação de cigarros e três dos cinco maiores vendedores de folha de fumo, o que quer dizer que já estamos mudando a história”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Lee Jong-wook.”Fumar é um contrato futuro, porque aqueles que começam a fumar hoje começarão a pagar em 30 ou 40 anos com um câncer de pulmão ou uma doença cardiorrespiratória”, destacou Lee.A maioria dos participantes representa os países que ratificaram o Convênio Mundial Contra o Tabaco, que realizam sua primeira “Conferência das Partes”.O tratado, aprovado em maio de 2003 e em vigor desde 27 de fevereiro de 2005, já foi ratificado por 121 países, mas apenas 113 participam com plenos direitos do encontro que se estenderá até 17 de fevereiro.A aprovação do texto (que foi assinado, mas não ratificado, pelos Estados Unidos) gerou oposição da indústria do fumo, assim como de outros setores relacionados.Lee destacou que o documento já foi assinado por países que reúnem “74% da população mundial e 69% do consumo mundial de fumo”, o que indica que, “com o esforço necessário, conseguiremos que esta iniciativa funcione”.Para mostrar o desafio de reduzir o tabagismo no mundo, o centro de convenções onde acontece a reunião internacional recebe os presentes com um grande contador digital, que indica o número de pessoas mortas devido ao fumo desde 25 de outubro de 1999.No momento da inauguração, o contador estava em 25.726.265, mas o número de mortes cresce rapidamente. O fumo mata cinco milhões de pessoas por ano, de acordo com os cálculos da OMS.”Um em cada dois fumantes pagará com sua vida”, disse Lee. A OMS afirma que, do 1,3 bilhão de pessoas que têm o hábito de fumar, a metade morrerá por causas ligadas ao tabagismo, entre eles 325 milhões entre 35 e 69 anos.Na abertura da reunião internacional, o diretor-geral da OMS lembrou que “é tarefa de todos ajudar a deixar de fumar e ajudar a não começar a fazê-lo”.Os países que participam do encontro se propuseram a reduzir progressivamente pela metade o número de pessoas que fumam, o que permitirá evitar a morte de 25 milhões de pessoas até 2025, e 200 milhões até 2050.Uma das tarefas dos participantes será constituir uma secretaria permanente, que, segundo a proposta majoritária até o momento, poderia ser exercida pela própria OMS e teria sede em Genebra.Além disso, serão criados programas de financiamento para que os países signatários do convênio, especialmente aqueles em desenvolvimento, apliquem seus próprios planos nacionais para reduzir o consumo do único produto legal que causa a morte da metade de seus consumidores freqüentes.Se as tendências atuais continuarem, sete em cada dez mortes por fumo em 2020 acontecerão nos países em desenvolvimento, diz a OMS.