29/09/2004 10h56 – Atualizado em 29/09/2004 10h56
Folha online
Milhões de civis e soldados americanos que estão no exterior podem ter seus votos ignorados pelo sistema eleitoral do país nas eleições presidenciais do próximo dia 2 de novembro.
Segundo matéria publicada hoje pelo jornal “The New York Times”, as autoridades responsáveis pelas eleições afirmam acreditar que dezenas de milhares de americanos residentes no exterior não receberão as cédulas de voto a tempo de serem consideradas na apuração.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo próprio jornal, vários escritórios eleitorais não conseguiram enviar as cédulas aos residentes fora do país até o dia 19 de setembro, data estabelecida pelas autoridades para garantir o retorno dos votos a tempo.
2000
Nas últimas eleições presidenciais, ocorridas em 2000, o Estado da Flórida, por exemplo, teve problemas com o recebimentos das cédulas vindas do exterior, o que acabou se tornando um “drama” na apuração.
No entanto, nas eleições deste ano, o atraso no recebimento das cédulas não é o único problema a ser enfrentado pelos cidadãos americanos que vivem no exterior.
Alguns não conseguiram enviar seus registros por causa da burocracia do sistema eleitoral e outros não tiveram acesso a um site na internet desenvolvido para ajudar os eleitores que se encontram fora do país, segundo o “New York Times”.
Outros apontaram problemas na compreensão das regras e métodos que determinam como e onde registrar-se para votar, um procedimento que varia de Estado para Estado.
Internet
Para agilizar o envio das cédulas, autoridades eleitorais ativaram um novo sistema na última semana no qual os eleitores podem obter cédulas de voto pela internet, desde que possam comprovar sua estada fora do país. No entanto, este sistema só estará disponível para os militares e suas famílias.
Tanto os partidários do presidente dos EUA, George W. Bush –que tenta ser reeleito–, como os do candidato democrata à Presidência, o senador John Kerry, afirmam que o sistema eleitoral voltado para os americanos que vivem no exterior é muito falho e prevêem diversas batalhas judiciais caso estes votos se tornem cruciais para o resultado final da corrida presidencial –a exemplo do que ocorreu na eleição de 2000.