06/08/2004 11h02 – Atualizado em 06/08/2004 11h02
Um segurança disparou duas vezes para que as equipes de socorro não entrassem no supermercado paraguaio em chamas e outros vigias ameaçaram os clientes para que não forçassem as portas de saída, afirmou nesta quinta-feira Juan Carlos Valiente, membro do Corpo de Bombeiros Voluntários do Paraguai.
“Atirou em mim duas vezes. Creio que não tentou me matar, mas, se disparou com essa intenção, não conseguiu me atingir por causa do estado de terror que reinava”, disse Valiente.
O bombeiro afirmou que pode identificar facilmente o segurança que manteve presos os clientes do supermercado Ycuá Bolaños.
Juan Pío Paiva e seu filho Daniel, proprietários do centro comercial, estão detidos no presídio de Tacumbú, esperando serem julgados por homicídio doloso (a pena pode chegar a 25 anos).
Ambos são suspeitos de terem ordenado o fechamento das portas do supermercado, aparentemente para evitar que o supermercado fosse saqueado.
Juntamente com os proprietários, quatro seguranças foram presos. Um deles está no hospital por causa de queimaduras.
“Cheguei ao supermercado quando o segurança fechava uma das portas e ameaçava as pessoas, desesperadas para sair, com uma escopeta”, disse Valiente.
O bombeiro afirmou que conseguiu pôr a mão para evitar que uma das portas fosse fechada e foi ajudado por alguns vendedores ambulantes, que conseguiram derrubar o segurança.
“Ao cair no chão, ele deixou sua escopeta escapar, mas em seguida sacou uma pistola e me disse: document.write Chr(39)quer morrer?document.write Chr(39) e atirou. Eu me assustei e em seguida corri para resgatar as pessoas”, acrescentou. Valiente afirmou que ajudou a salvar cerca de 50 pessoas.
“Não vi mais o segurança. Acho que ele escapou. Tinha estatura mediana e usava uniforme”, disse ele. O bombeiro acrescentou que o segurança chegou a apanhar de alguns jovens depois de fazer os disparos.
“Eu me lembro que este segurança tinha ao seu redor senhoras e crianças desvanecidas. Carreguei uma menina e seis irmãos menores”, afirmou.
Fonte:France Presse