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sexta-feira, 14 de junho de 2024

Protesto de empresários provoca congestionamento de seis quilômetros entre SP e MS

19/01/2015 10h35 – Atualizado em 19/01/2015 10h35

Movimento de fornecedores da UFN3, alvos do calote do Consórcio, está neste momento promovendo o bloqueio do tráfego de veículos em cima da barragem de Jupiá

Léo Lima e Ricardo Ojeda

Um fila de aproximadamente seis quilômetros de veículos está formada na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, no km zero da BR-262, devido a um protesto de empresários três-lagoenses que reivindicam cerca de R$ 20 milhões que lhes é devido pelo antigo Consórcio UFN3, contratado e recentemente dissolvido pela Petrobrás para edificar as obras da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, às margens da BR-158, saída para Brasilândia.

O movimento interditou o trânsito em cima da barragem da Usina de Jupiá, onde no final do ano passado igual manifestação ocorreu por conta do não cumprimento das obrigações trabalhistas do Consórcio para com os operários, a maioria oriunda da região nordeste do país. Milhares de trabalhadores foram demitidos, sem que a UFN3 tenha pago as rescisões contratuais e outros direitos. As empresas que compunham o Consórcio UFN3 – a Galvão Engenharia e Sinopec Petroleum do Brasil – e a própria Petrobras foram alvo de ações da Justiça Trabalhista de MS, que bloqueou cerca de R$ 50 milhões de suas contas para pagar os operários.

“O que temos para receber é bem menos, mas também para nós é crucial para que cumpramos nossas obrigações trabalhistas, senão pelo menos mil trabalhadores, contratados por nós, vão ser demitidos”, observou um empresário que tem a receber do Consórcio. Ele não quis ser identificado, mas diz que, “pelo jeito, somente com atos como o que tomamos agora, fechando a rodovia, é vamos chamar a atenção das autoridades, especialmente da Petrobrás, para resolver os nossos problemas financeiros”.

Atílio D’Agosto, empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas (ACITL), um dos que ponteiam as negociações e agora também o protesto, disse à reportagem do Perfil News que “até o momento, após várias reuniões que não resultaram em nada, a Petrobrás não se manifestou se vai assumir as dívidas do Consórcio ou não; estamos aguardando também um contato do secretário Jaime Verruck, do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, para ver a possibilidade de o governador Reinaldo Azambuja interceder por nós junto à Petrobrás”.

D’Agosto garantiu que “[manifestos, protestos] não vão parar por aqui”. Mas, ele se preocupa com a situação dos motoristas e passageiros que foram prejudicados pelo bloqueio. “Pedimos desculpas às pessoas que estão sendo prejudicadas pelo protesto, muitas com parentes que sofrem, passam mal, paradas por horas nesse sol quente, mas nós também temos nossos problemas e somente com ações dessa natureza é que conseguimos chamar a atenção”, enfatizou.

PROTESTO

Para promover esse movimento, segundo Atílio, a organização do protesto tomou cuidado de comunicar as autoridades policiais e judiciárias. Mas, uma guarnição da Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo, base de Castilho, esteve no local do bloqueio, ao notar que o tráfego não fluía do lado paulista.

Com isso, agentes da PMR/SP foram verificar o que estava acontecendo no lado sul-mato-grossense. E a presença das autoridades policiais militares de São Paulo, motivou protesto de motoristas paulistas que queriam seguir viagem e foram barrados pelo bloqueio dos empresários. Um dos mais exaltados, Júlio César Maciel, de Andradina/SP, disse que tinha procurado todos os organismos policiais de Três Lagoas e não foi atendido – queria seguir viagem. Ele disse também que procurou o Ministério Público de MS e um promotor teria concedido a ele documento para que pudesse seguir. Puxou um papel dobrado do bolso, abriu, acenou, mas quando a reportagem pediu para fotografar o documento ele negou.

Também equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com base em Três Lagoas e da Rotai (Rondas Ostensivas Táticas do Interior), componente do 2º Batalhão de Polícia Militar, foram ao local do protesto para evitar, justamente, confrontos.

Policiais rodoviários do Estado de São Paulo foram até o local da manifestação devido o imenso congestionamento que formou na Rodovia Marechal Rondon (Foto: Ricardo Ojeda)

Bloqueio da rodovia formou fila em cima da barragem da Usina de Jupiá (Foto: Ricardo Ojeda)

Motoristas que passaram pelo local não puderam seguir viagem e o jeito foi aguardar na fila a liberação da rodovia (Foto: Ricardo Ojeda)

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